Jogos e brincadeiras ajudam a descontrair ensino de matemática

Ao perceber que seus alunos do quinto ano do ensino fundamental não tinham os conhecimentos básicos de matemática, não manifestavam interesse nas aulas e chegavam a apresentar reações de antipatia pela disciplina e até de medo, a professora Amanda Oliveira de Souza Araújo resolveu buscar uma metodologia capaz de modificar a situação. Ela criou, assim, o projeto Brincando de Matemática.
Com uma proposta de aulas mais atrativas, que procura integrar atividades lúdicas com o conteúdo proposto pela disciplina, o projeto foi um dos vencedores da sétima edição do prêmio Professores do Brasil, na categoria Temas Livres, subcategoria Séries ou Anos Iniciais do Ensino Fundamental. “O objetivo geral do projeto é dinamizar as aulas de matemática, de modo que os alunos participem ativamente e construam conhecimentos de forma lúdica e prazerosa”, explica Amanda, professora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Alexandre de Gusmão, em Nova Brasilândia d’Oeste, Rondônia.
O projeto desperta a curiosidade dos estudantes por meio de jogos que estimulam a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Além disso, como as atividades são desenvolvidas em grupo, os alunos podem trocar ideias e compartilhar o conhecimento.
Na visão da professora, os jogos e as brincadeiras são importantes no desenvolvimento das atividades de matemática. Entre as razões para isso, ela cita a possibilidade de se criar um ambiente alegre e descontraído, “essencial a uma proposta de aprendizagem significativa”. Os estímulos à interação, o desenvolvimento de atitudes éticas e de respeito, de criar e seguir as regras dos jogos e de colaboração são outras vantagens citadas.
De acordo com Amanda, os estudantes devem se tornar agentes ativos no processo de aprendizagem e vivenciar a construção de seus conhecimentos. Ela salienta que cabe ao professor, como orientador dos alunos, oferecer a oportunidade para que eles formem o hábito de pensar e criar as próprias estratégias, desenvolver o raciocínio, adquirir mais segurança e fazer redescobertas. As aulas devem ser práticas e interessantes para que o aluno possa se sentir motivado e desafiado a construir o conhecimento de maneira agradável. “As aulas precisam ter sabor, despertar a curiosidade e ter significado para o educando”, ressalta.
Recursos — Durante a execução do projeto foram usados recursos como ábaco, quebra-cabeça Tangram, bloco lógico, fita métrica, balança, computadores, jogos fabricados pelos alunos, palitos de picolé, embalagens de produtos e outros materiais reciclados. Tais recursos ajudaram os estudantes a apreender conteúdo relativo a medidas de tempo, massa, comprimento e capacidade, área e perímetro, sólidos geométricos, adição, multiplicação e subtração e frações equivalentes, próprias e impróprias. “O projeto proporcionou notável desenvolvimento dos alunos na aprendizagem e também no interesse pelas aulas”, destaca a professora.
Satisfeita com o crescimento educacional dos alunos e com a premiação recebida, Amanda sente-se valorizada. “Ter meu trabalho reconhecido pelo MEC foi maravilhoso”, diz. Graduada em pedagogia (séries iniciais), pós-graduada em psicopedagogia e com 15 anos de experiência em sala de aula, ela diz que o prêmio representa um marco em sua vida, pois permitiu que levasse a sala de aula para todo o Brasil. “Conquistei a confiança da comunidade escolar com meu trabalho e a valorização da minha escola”, destaca. (Fátima Schenini)
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=3137

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