Artigo de José Manuel Moran: A integração das tecnologias na educação
As tecnologias evoluem em quatro direções fundamentais:
Do analógico para o digital (digitalização)
Do físico para o virtual (virtualização)
Do fixo para o móvel (mobilidade)
Do massivo para o individual (personalização)
Carly Fiorina, ex-presidente da HPackard
A digitalização permite registrar, editar, combinar, manipular toda e qualquer informação, por qualquer meio, em qualquer lugar, a qualquer tempo. A digitalização traz a multiplicação de possibilidades de escolha, de interação. A mobilidade e a virtualização nos libertam dos espaços e tempos rígidos, previsíveis, determinados.
Estas tecnologias começam a afetar profundamente a educação. Esta sempre esteve e continua presa a lugares e tempos determinados: escola, salas de aula, calendário escolar, grade curricular.
Há vinte anos, para aprender oficialmente, tínhamos que ir a uma escola. E hoje? Continuamos, na maioria das situações, indo ao mesmo lugar, obrigatoriamente, para aprender. Há mudanças, mas são pequenas, ínfimas, diante do peso da organização escolar como local e tempo fixos, programados, oficiais de aprendizagem.
As tecnologias chegaram na escola, mas estas sempre privilegiaram mais o controle, a modernização da infra-estrutura e a gestão do que a mudança. Os programas de gestão administrativa estão mais desenvolvidos do que os voltados à aprendizagem. Há avanços na virtualização da aprendizagem, mas só conseguem arranhar superficialmente a estrutura pesada em que estão estruturados os vários níveis de ensino.
Para ler o artigo completo, clique
http://www.eca.usp.br/moran/integracao.htm
"Sozinho, computador na sala de aula não faz nada", diz pesquisador
"A mera presença dos objetos técnicos em sala de aula não significa necessariamente inovação. Pode até ser um grande retrocesso. O computador sozinho não faz nada". A afirmação é de Edvaldo Couto, professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e pesquisador nas áreas de cibercultura, tecnologias educacionais e criação de narrativas em ambientes digitais.
Ele defende que nessa nova era tecnológica, o professor tem um novo papel. "O professor não é mais aquele que transmite um determinado saber pronto. Ser professor na cultura digital implica coordenar, orientar, incentivar a aprendizagem colaborativa e cada vez mais personalizada", disse Couto nessa entrevista ao Porvir.Doutor em Educação pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Couto é defensor do "uso de toda e qualquer tecnologia em sala de aula", mas desde que acompanhada de objetivos e métodos.
Couto foi palestrante em duas edições do congresso InovaEduca 3.0 –que discute práticas inovadoras na educação. Na conversa, ele também defende que o conceito de educação 3.0 só terá sucesso no Brasil quando alguns problemas estiveram solucionados, como a falta de infraestrutura nas escolas e a má formação tecnológica dos professores.
Leia a íntegra da entrevista, clique http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/03/27/tecnologia-na-sala-de-aula-computador-sozinho-nao-faz-nada-diz-pesquisador.htm
Tecnologia a serviço da educação básica
- TV Escola - É a televisão pública do Ministério da Educação destinada aos professores e educadores brasileiros, aos alunos e a todos interessados em aprender. A TV Escola é uma ferramenta pedagógica disponível ao professor: seja para complementar sua própria formação, seja para ser utilizada em suas práticas de ensino. Para todos que não são professores, é um canal para quem se interessa e se preocupa com a educação ou simplesmente quer aprender.
Você pode acompanhar a programação nos canais 4 / 8 / 12 ou 15 da NET (dependendo da cidade); no canal 235 da GVT, canal 112 da SKY; no canal 24 da Oi TV; nos canais 188 ou 9 da Vivo TV (dependendo da cidade) ou no canal 694 da Vivo TV DTH; no canal 123 da Claro TV, ou, gratuitamente, sintonizando sua antena parabólica: analógica - Hor /Freq. 3770 e digital banda C Vert /Freq. 3965. Na internet, a TV Escola está 24 horas no ar.
- Portal do Professor - O Portal do Professor é um ambiente virtual com recursos educacionais que facilitam e dinamizam o trabalho e um espaço para troca de experiências entre professores do ensino fundamental e médio. O conteúdo do portal inclui sugestões de aulas de acordo com o currículo de cada disciplina e recursos como vídeos, fotos, mapas, áudio e textos. Nele, o professor poderá preparar a aula, ficará informado sobre os cursos de capacitação oferecidos em municípios e estados e na área federal e sobre a legislação específica.
- Salto para o Futuro - Programa dirigido à formação continuada de professores e de gestores da Educação Básica, o Salto para o Futuro integra a grade da TV Escola e tem como proposta debater diferentes tendências no campo da educação e contribuir para a reflexão da prática em sala de aula, utilizando diferentes mídias: TV, telefone, site com publicação eletrônica, fórum e e-mail.
O Salto para o Futuro produz edições temáticas, com a orientação de consultores especializados, que delineiam a trajetória conceitual dos programas, tendo como compromisso atender à diversidade e à complexidade do cenário educacional brasileiro.
A participação dos professores se tornou uma marca especial do programa. Múltiplas “vozes” de todo o país têm sido ouvidas e os questionamentos recebidos tornaram-se constitutivos dos debates.
A participação dos professores se tornou uma marca especial do programa. Múltiplas “vozes” de todo o país têm sido ouvidas e os questionamentos recebidos tornaram-se constitutivos dos debates.
- Banco Internacional de Objetos Educacionais - BIOE - Coleção de objetos educacionais de acesso público, em vários formatos e para todos os níveis de ensino. Os objetos são acessíveis isoladamente ou em coleções.
- Domínio Público - O portal Domínio Público se propõe a ser uma biblioteca virtual de referência para professores, estudantes e interessados em geral. O ambiente permite o compartilhamento gratuito do conhecimento e promove o acesso às obras artísticas, literárias e científicas em vídeos, fotos e textos que já estejam em domínio público, de acordo com a Lei Federal nº 5.988.
- Guia de Tecnologias - O Guia de Tecnologias é composto pelas tecnologias pré-qualificadas em conjunto com as tecnologias desenvolvidas pelo MEC. Com essa publicação, o MEC busca oferecer aos gestores educacionais uma ferramenta a mais que os auxilie na aquisição de materiais e tecnologias para uso nas escolas públicas brasileiras.
Jogos e brincadeiras ajudam a descontrair ensino de matemática
Ao perceber que seus alunos do quinto ano do ensino fundamental não tinham os conhecimentos básicos de matemática, não manifestavam interesse nas aulas e chegavam a apresentar reações de antipatia pela disciplina e até de medo, a professora Amanda Oliveira de Souza Araújo resolveu buscar uma metodologia capaz de modificar a situação. Ela criou, assim, o projeto Brincando de Matemática.
Com uma proposta de aulas mais atrativas, que procura integrar atividades lúdicas com o conteúdo proposto pela disciplina, o projeto foi um dos vencedores da sétima edição do prêmio Professores do Brasil, na categoria Temas Livres, subcategoria Séries ou Anos Iniciais do Ensino Fundamental. “O objetivo geral do projeto é dinamizar as aulas de matemática, de modo que os alunos participem ativamente e construam conhecimentos de forma lúdica e prazerosa”, explica Amanda, professora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Alexandre de Gusmão, em Nova Brasilândia d’Oeste, Rondônia.
O projeto desperta a curiosidade dos estudantes por meio de jogos que estimulam a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Além disso, como as atividades são desenvolvidas em grupo, os alunos podem trocar ideias e compartilhar o conhecimento.
Na visão da professora, os jogos e as brincadeiras são importantes no desenvolvimento das atividades de matemática. Entre as razões para isso, ela cita a possibilidade de se criar um ambiente alegre e descontraído, “essencial a uma proposta de aprendizagem significativa”. Os estímulos à interação, o desenvolvimento de atitudes éticas e de respeito, de criar e seguir as regras dos jogos e de colaboração são outras vantagens citadas.
De acordo com Amanda, os estudantes devem se tornar agentes ativos no processo de aprendizagem e vivenciar a construção de seus conhecimentos. Ela salienta que cabe ao professor, como orientador dos alunos, oferecer a oportunidade para que eles formem o hábito de pensar e criar as próprias estratégias, desenvolver o raciocínio, adquirir mais segurança e fazer redescobertas. As aulas devem ser práticas e interessantes para que o aluno possa se sentir motivado e desafiado a construir o conhecimento de maneira agradável. “As aulas precisam ter sabor, despertar a curiosidade e ter significado para o educando”, ressalta.
Recursos — Durante a execução do projeto foram usados recursos como ábaco, quebra-cabeça Tangram, bloco lógico, fita métrica, balança, computadores, jogos fabricados pelos alunos, palitos de picolé, embalagens de produtos e outros materiais reciclados. Tais recursos ajudaram os estudantes a apreender conteúdo relativo a medidas de tempo, massa, comprimento e capacidade, área e perímetro, sólidos geométricos, adição, multiplicação e subtração e frações equivalentes, próprias e impróprias. “O projeto proporcionou notável desenvolvimento dos alunos na aprendizagem e também no interesse pelas aulas”, destaca a professora.
Satisfeita com o crescimento educacional dos alunos e com a premiação recebida, Amanda sente-se valorizada. “Ter meu trabalho reconhecido pelo MEC foi maravilhoso”, diz. Graduada em pedagogia (séries iniciais), pós-graduada em psicopedagogia e com 15 anos de experiência em sala de aula, ela diz que o prêmio representa um marco em sua vida, pois permitiu que levasse a sala de aula para todo o Brasil. “Conquistei a confiança da comunidade escolar com meu trabalho e a valorização da minha escola”, destaca. (Fátima Schenini)
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